quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quarto dos Sonhos


Hit parade da semana

Na nossa serenata noturna ela sempre pede bis para "cavena, Papi".
Desculpem as blogueiras mais românticas, risos.

Romance De Uma Caveira

Eram duas caveiras que se amavam
E à meia-noite se encontravam
Pelo cemitério os dois passeavam
E juras de amor então trocavam.
Sentados os dois em riba da lousa fria
A caveira apaixonada assim dizia
Que pelo caveiro de amor morria
E ele de amores por ela vivia.
Ao longe uma coruja cantava alegre
Por ver os dois caveiros assim felizes
E quando se beijavam entao funebres
A coruja batendo palma e pedia bis
Mas um dia chegou de pé junto
Um cadáver novo de um defunto
E a caveira pr'ele se apaixonou
E o caveiro antigo abandonou.
O caveiro tomou uma bebedeira
E matou-se de um modo romanesco
Por causa dessa ingrata caveira
Que trocou ele por um defunto fresco.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Filosofando com Sophia

Sophia conversando sozinha e folheando freneticamente uma revista , de repente pára em uma página e fica em silêncio. E a mamãe aqui pergunta por perguntar:
- Filha, no que está pensando?
Um suspiro profundo:
E uma resposta mais profunda.
- Na vida...

domingo, 25 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Hit parade da semana

Sophia, vamos cantar "ciranda, cirandinha"? - não quelo seilá...
Já que só sabiamos o refrão, hoje mamãe prometeu que ia aprender a letra inteira para nossa serenata noturna.
Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação
Sei lá, sei lá

A vida é uma grande ilusão
Sei lá, Sei lá
A vida tem sempre razão
A gente nem sabe que males se apronta

Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é o descuido do não
Sei lá, sei lá

Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão
Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mini Melissa

Sandálias assinadas pela Vivienne Westwood para as garotas de um a três anos! Confira a fofoura em versão mini na quincy store. www.quincystore.com.br

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Segunda-feira

Minha querida Sophia, tenho certeza que sabes que hoje é segunda-feira. Dia de louça suja na pia, de pilhas de roupas no cesto. Dia de a empregada avisar que vai chegar mais tarde... Pois, justamente na segunda é o seu dia preferido da birra. Sophia não quer trocar as fraldas. Sophia quer iogurte. Sophia não quer almoçar. Sophia quer os chinelinhos. Sophia não quer pentear os cabelos. Sophia resmunga algo em russo. Sophia chora. Sophia protesta. Sophia resolve virar chef de cozinha e tirar temperos de todos os potes. Sophia se transforma em doutora e passa o hipoglós pelo corpo e dois minutos depois completamente branca, resolve fazer yoga em cima do sofá. Mamãe passa a manhã com o mantra: não pode.
Como uma trégua, de repente me chama em tom doce feitiço: mããeeee, mamãee, mamii, maiiinha Sophia... E a mamãe aqui magicamente esquece que é segunda.

Festa na Jungle

A Jungle foi inaugurada em setembro de 2009, numa charmosa casa na Cel Bordini, 634. A idéia foi trazer para Porto Alegre uma loja divertida, com muita moda, das marcas mais desejadas, como Diesel, Tommy, Rayban Kids, Melissa, Joy, Chicletaria, Nosh, Luluzinha, entre outras. Espaços lúdicos e separados por faixa etária, para as crianças se divertirem enquanto as mamães vão às compras, ambiente confortável com provadores grandes, espaço para cuidados do bebê e áreas de descanso são alguns ingredientes que tornam a visita à Jungle uma experiência deliciosa. E no próximo sábado, dia 17 de abril, vai ser de festa na Jungle.A loja receberá seus mini-clientes para uma tarde de moda. E a Sophia ficou toda orgulhosa em saber que as meninas da Jungle acompanham assiduamente o blog.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Quero um quintal para a Sophia

Um quintal
Quando uma pessoa começa a melhorar de vida, pensa logo em comprar uma boa casa. E o que é uma boa casa? É preciso um jardim e uma piscina, imaginam os pais. Eles querem para as crianças uma infância saudável, com confortos que nunca tiveram, mas não pensam no principal: um quintal. Um quintal não precisa ser grande, e o chão deve ser de terra batida. Nele deve haver algumas árvores que não pareçam ter sido plantadas, mas sempre existido. Um abacateiro e uma goiabeira, de goiaba vermelha, são fundamentais. No fundo, um galinheiro tosco, com uma porta quebrada, para que as três ou quatro galinhas possam correr quando alguém quiser pegá-las. Nenhum computador levará uma criança ao deslumbramento que ela terá ao encontrar um ovo e segurá-lo, ainda quentinho. É o mistério da vida nas mãos dela, mais absoluto e mais simples do que qualquer livro de filosofia.
Um dia, a cozinheira avisa que vai matar uma galinha para o molho pardo. Os meninos pedem para ver a cena trágica; a mãe não quer, mas a empregada, acostumada, com o facão na mão, facilita. Se a galinha tiver dentro da barriga aquele monte de ovinhos, aí a lição de morte – e de vida – será ainda mais completa. E mais lições serão aprendidas quando alguém sugerir fazer uma peteca com as penas mais duras e algumas palhas de milho. Mas será que alguém sabe do que estou falando?
Voltando: esse quintal deve ser meio abandonado, mas muito limpo; duas vezes por dia a empregada, cantando bem alto, dá uma varrida. É importante também que haja um tanque para lavar o pé de alguma criança quando ela pisar descalça numa porcaria, e um varal com pregadores de roupa de madeira. Nesse lugar, não vai ter horta nem pomar organizado. Em compensação, é bom que exista do outro lado do muro uma enorme mangueira para que se possa praticar o melhor crime do mundo: roubar as frutas do vizinho. Nos fundos de um quintal, deve haver também uma touceira de bananeiras ou bambus e, claro, um adulto dizendo sempre para tomar cuidado, pois ali pode ter uma cobra. Não há infância que se preze sem medo de cobra. Quando as goiabas começam a crescer, fica todo mundo de olho até a primeira delas estar no ponto para ser arrancada e mordida ali mesmo, sem lavar. E que sensação terrível quando se vê o bicho da goiaba se mexendo. Aí, sem que ninguém precise dizer nada, você começa a aprender que a vida é assim: ou se compra uma goiaba bonita, mas sem gosto, ou se espera com paciência ela amadurecer no pé até desfrutar o supremo prazer de dar aquela dentada – com direito a bicho e tudo.
Mas o tempo voa. De repente você se sente só, abre o caderno de telefones e percebe sua pouca afinidade com os nomes que estão lá, que tem vivido uma vida que não tem nada a ver e começa a procurar um sentido para as coisas. Não encontra resposta, claro, mas um dia está no trânsito, vê um terreno baldio, se lembra daquele quintal no qual não pensa há anos e percebe que essa é a lembrança mais importante e mais feliz de sua vida. E passa a olhar o mundo com a superioridade de quem tem um tesouro guardado dentro do peito, mas ninguém sabe.
Texto da Danuza Leão Revista Claudia de abril de 2010